quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CULTURA DE CARA NOVA

Encontro reúne trabalhadores do setor para discutir reformas que desonerem a área cultural

Eduardo Barata (produtores teatrais), Luis Nascimento (Cinema Nosso), Júnior Perim (Crescer e Viver), Sandra de Sá e MV Bill comandaram as discussões do Re-Cultura.

Por Tamara Campos

Música, cinema, teatro. Mais uma vez a cultura se organiza para reivindicar a atenção do governo e uma legislação mais justa. A iniciativa, batizada de “Re-Cultura”, visa dar novo fôlego à área cultural, e reuniu no dia 28 de agosto no Palácio Capanema, artistas, produtores e trabalhadores da arte, que discutiram estratégias para viabilizar as reformas fiscal, legislativa e tributária no setor. Entre os presentes, destaque para a Secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, a Secretária de Cultura do Município do Rio, Jandira Feghali, e o Presidente da Funarte, Sergio Mamberti, o Presidente da Associação dos Produtores Teatrais do Rio de Janeiro, Eduardo Barata. Também compareceram ao encontro o rapper MV Bill e a cantora e compositora Sandra de Sá.

O Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro foi ao evento e defendeu as propostas de reformas, que estão sendo elaboradas para serem entregues ao presidente Lula no dia 5 de novembro, data em que também se comemora o Dia da Cultura no país. As instâncias estaduais e municipais já declararam apoio ao Re-Cultura e prometeram apoio jurídico e operacional para concretizar o projeto.

- Todas as pessoas que atuam na área cultural têm dificuldade em lidar com a legislação trabalhista e fiscal. Por isso, o debate sobre o marco regulatório é urgente. Essa discussão já é antiga, mas agora se tornou mais madura, já que a cultura está passando por um processo de reconstrução de imagem perante a sociedade. A cultura passou a ser encarada como uma área estratégica de desenvolvimento do país, afirmou a Secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes.

O movimento começou depois que a imprensa e, particularmente, o rapper MV Bill escreveu um artigo no jornal O Globo, que falava sobre os problemas do setor. Depois, foi criado um Grupo de Trabalho (GT) Interministerial junto ao ministro da Cultura, Juca Ferreira para tratar da reforma. Agora, o Re-Cultura tenta criar GTs em todos os estados e municípios. O objetivo é pressionar o governo para que se construa um novo modelo de desenvolvimento através da arte.

A cantora Sandra de Sá falou sobre a importância da cultura para a sociedade. - Nós vivemos durante muitos anos sob a indústria da “anticultura”, quanto menos cultura tiver melhor. Quando eu falo de cultura, não me refiro só a cultura formal adquirida na escola. O problema é que se o indivíduo não for uma pessoa educada culturalmente, em todo sentido da palavra, ele não tem consciência da história do país e nem da própria história pessoal.

Já a Diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, Ivana Bentes, alertou de forma bem humorada sobre a necessidade que o indivíduo atuante em cultura tem de se transformar em pessoa jurídica.

- Quem capta e gera o recurso no âmbito cultural é a pessoa jurídica. É o fenômeno da “cnpjotagem”, ou você tem o CNPJ ou não existe culturalmente perante o estado, não se tornando apto a disputar políticas públicas, por exemplo. Por causa desse fenômeno nasce um outro: o “Sevirismo”, onde o brasileiro é compelido a “se virar” para conseguir um espaço no mercado.

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