quarta-feira, 1 de junho de 2011

Orquestra Sinfônica Nacional consegue local para ensaiar sem o apoio da UFF

Depois de 1 ano e meio de procura, finalmente a OSN encontra um lugar para ensaiar. Os músicos ficarão instalados no Clube Português, no Ingá.

A Orquestra Sinfônica Nacional UFF, que completa 50 anos em 2011, enfim arranjou um lugar, através da Diretoria Administrativa e músicos da Comissão Artística, para realizar seus ensaios. Após a longa procura que durou 1 ano e meio, o Clube Português, no Ingá, foi escolhido como espaço provisório para realização dos ensaios. A orquestra arcará com o aluguel do espaço utilizando receita própria. A intenção é voltar a fazer os ensaios no Cine Arte UFF, fechado em 2009 para reformas. A projeção inicial era de que a reforma fosse concluída no final de 2010, mas ela se estende até hoje. A expectativa é de que as obras terminem em março de 2012.   

De acordo com Lulu Pereira, que toca Trombone Baixo na orquestra há 17 anos, quando a UFF decidiu reformar o Cine Arte UFF, nenhum novo local para ensaios foi providenciado pela reitoria, ficando sob responsabilidade dos músicos encontrar um novo local para ensaiar.  

 - Durante esses 17 meses que ficamos na inativa, o Reitor da UFF deu apenas uma declaração sobre a reforma do Cine Arte UFF, durante uma audiência pública, realizada na Câmara dos Vereadores de Niterói para discutir o atraso nas obras.   Ele afirmou que a reforma estava levando mais tempo que o programado porque foi detectado um problema estrutural durante as obras. A UFF projeta agora que em março de 2012 tudo esteja concluído, disse Lulu Pereira.

A Orquestra Sinfônica Nacional UFF é a única orquestra profissional mantida pelo Governo Federal. Apesar de existirem outras orquestras públicas no Brasil - estaduais, municipais – a OSN UFF é a única que pertence à esfera Federal. Dos 82 músicos da orquestra, 25 sequer se apresentaram, já que ingressaram no corpo orquestral no início de 2011, no meio das reformas. A OSN nasceu na Rádio MEC, por decreto de Presidente Juscelino Kubitschek, em 1961. Segundo Lulu, o objetivo original da OSN de difundir a música brasileira está sendo resgatado.

 - Em nossa última temporada, em 2009, 75% do repertório foi composto por músicas brasileiras. Isso só foi possível depois que tiramos a Maestrina Ligia Amadio da regência e direção artística, em 2008. Com isso, quebramos um paradigma, que apresenta o maestro como uma figura mitológica e ajuda a construir uma relação doentia entre instrumentistas e maestro, que passa a se impor então como dono da música.

Lulu explicou também que o objetivo da orquestra, depois de sucessivos debates realizados pela Associação de Músicos da OSN UFF, é propor a contratação de um regente por um período de até dois anos. Isso está previsto pelo Regimento da OSN UFF, que foi elaborado pela Procuradoria Geral da União, sob consultoria dos próprios músicos da orquestra.

 - Na temporada de 2009 atuamos com regentes convidados e foi excelente. Nossa meta é contratar por dois anos um regente, que terá o contrato renovado, se desempenhar um bom trabalho. Porém, a direção artística será incumbência dos músicos da orquestra, podendo o maestro ser consultado, explicou Lulu.

Segundo Andrea Ernest,  flautista da OSN há 20 anos, a gestão da orquestra deve ser uma atribuição dos músicos que a compõe.

- Não queremos a privatização da orquestra, como desejam alguns grupos da UFF.  
Somos uma orquestra pública, com um projeto de difusão da música nacional. Os próprios músicos devem comandar a orquestra, disse Andrea.

Em 2011 o repertório da temporada da OSN, que prevê seis apresentações, será todo nacional. Os ensaios recomeçam em junho.


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