quarta-feira, 15 de julho de 2009

Casa Grande, Batalha Vencida

Manifestação_ICG_02_By_Cristiane_Barbosa
O governo do Estado do Rio de Janeiro, o RioPrevidência e a Secretaria Estadual de Cultura, ontem pela manhã, sofreram mais uma derrota em suas pretensões de privatizar a Cultura. Novamente o leilão dos cinco andares acima do Teatro Casa Grande não ocorreu devido à inexistência de compradores. Isso não aconteceu por força da crise econômica mundial, como muitos poderão afirmar, mas simplesmente porque a nossa mobilização tem se mostrado eficaz. Os nomes de peso da Cultura carioca e brasileira que juntaram na luta pela destinação pública e cultural dos andares acima do Teatro Casa Grande estão repercutindo nos ouvidos de toda sociedade.

Desde as nove horas da manhã de ontem manifestantes das mais diversas áreas culturais e da sociedade civil se reuniram diante da sede do RioPrevidência, no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, a fim de denunciar a venda de mais um patrimônio do povo.

Manifestação_ICG_04_By_Cristiane_Barbosa

O companheiro Kadu Machado coordenou a manifestação pacífica de esclarecimento à população do ato arbitrário que se processava no interior do prédio da RioPrevidência; lembrou que antes de ser a sede daquele órgão público, ali funcionava a creche do antigo Banco do Estado do Rio de Janeiro (BANERJ), também privatizado no passado; ressaltou que a ilegalidade da venda se baseava do descumprimento do Decreto Legislativo nº 41/1994 o qual garantiu a construção do Shopping Leblon, com a contrapartida de que se construísse um teatro, onde funcionaria o Teatro Casa Grande e um Centro Cultural que seria administrado pelo Instituto Casa Grande.

Às onze horas da manhã, pontualmente, os representantes de nosso departamento jurídico, juntamente com os companheiros Moysés Ajhaenblat e Marcelo Barbosa adentraram na sede do RioPrevidência com o intuito de assistirem ao leilão público dos andares acima do Teatro Casa Grande e informarem, a quem quer que apresentasse proposta para a compra, da possibilidade de estarem pagando por algo que não poderiam usufruir. Nesse exato momento o companheiro Sergio Batalha, presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro e conselheiro da OAB-RJ, pediu para fazer uso da palavra. De posse do microfone, o companheiro reforçou a denúncia da arbitrariedade que estava sendo cometida contra o patrimônio do povo carioca e contra a Cultura nacional. Lembrou toda a trajetória de nossa luta e enfatizou que se alguém arrematasse o imóvel, muito possivelmente não poderia ocupá-lo devido a pendência judicial que o envolve.

Antes mesmo que houvesse a dispersão dos que ali, diante da sede do RioPrevidência, haviam se reunido, os companheiros Marcelo Barbosa e Moysés Ajhaenblat retornaram, acompanhados dos representantes de nosso departamento jurídico, e anunciaram que não houve a venda, pois não havia um comprador.

Desta vez, não havia nenhuma liminar notificando que os andares a serem leiloados, chamados pelo RioPrevidência de “Espaço Leblon”, estavam “sub judice”, ou algo que o valha. Não, a privatização estava livre para ocorrer, bastava apenas um envelope, contendo a proposta de R$ 75 milhões, ser aberto e a venda de mais um espaço da Cultura carioca e brasileira se daria. Entretanto, contrariando as expectativas daqueles que negam, através de seus atos, seu passado cultural, ninguém apareceu para fazer o lance mínimo de R$ 75 milhões! Isso porque a nossa mobilização foi fundamental, nossos contatos através de e-mails, telefonemas e conversas pessoais têm ampliado o número de personalidades que abraçam a nossa causa.

Por isso, não devemos esmorecer e continuarmos mobilizados…

Pois, a luta continua!


Fonte: Blog Instituto Casa Grande

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