quinta-feira, 9 de julho de 2009

Senado presta homenagem ao maestro Silvio Barbato


O maestro Silvio Barbato, uma das vítimas do acidente com o vôo 447 da Air France no último dia 31 de maio, foi homenageado em sessão especial do Senado desta quinta-feira (9). Barbato foi regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e diretor artístico do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília. A sessão foi aberta pelo vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO). Silviane Barbato, irmã do maestro, esteve presente à cerimônia, que contou também com a presença do núncio apostólico de Brasília, dom Lourenço Baldisseri.

Perillo disse que o Brasil perdeu um de seus maiores talentos musicais. Um brasileiro ilustre, que, como ressaltou, deixa uma lacuna intransponível na música. Todos se sentem frustrados, acrescentou o senador, porque esperavam as obras que ele ainda poderia reger.

O parlamentar lembrou que, nos últimos anos, o maestro se dedicava à composição de óperas, sempre buscando à valorização da cultura nacional, tendo composto "O Cientista", sobre a vida de Carlos Chagas, entre outras peças.

- O Brasil e o mundo se ressentem e muito da perda de um grande artista. Ele era um gênio, que se foi muito cedo - lastimou Perillo.

O autor do requerimento para a homenagem, senador Adelmir Santana (DEM-DF), disse lamentar a perda de um artista tão prestigiado nos centros internacionais e no país. Como presidente regional do Serviço Social do Comércio (Sesc), comprometeu-se a dar continuidade ao Projeto Sesc Sinfonia, que era executado em parceira com o maestro. Essa é, em sua avaliação, a melhor maneira de homenagear Barbato e manter viva a sua memória.

O projeto, realizado em Brasília, tem por objetivo levar música clássica e erudita a toda a população. Sob a regência de Barbato, foram realizadas duas apresentações, ao ar livre - uma da ópera Carmem e outra de A Flauta Mágica. Como esta última não pode ser concluída, em razão da ocorrência de chuva, uma nova apresentação foi programada e não pode acontecer em razão da morte do maestro.

Adelmir lembrou que Barbato considerava o projeto Sesc Sinfonia uma iniciativa para democratização da música, que estava na vanguarda de todos os projetos similares em escala mundial.


Lei Barbato

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) propôs a criação de um programa pelo Ministério da Cultura para incentivar a promoção da música erudita e a manutenção no Brasil de todos os que praticam essa modalidade de música. O parlamentar sugeriu ainda ao senador Adelmir Santana que elabore em conjunto com ele um projeto de lei para viabilizar esse programa, que deverá se transformar na "Lei Silvio Barbato". Cristovam disse ter conversado com jovens músicos que falam da dificuldade de permanecer no país em razão da falta de patrocínio e diante de tantos incentivos do exterior.

Ele sugeriu ainda que o Sesc reserve, já de imediato, parte de seus recursos para a implantação de um Programa Silvio Barbato, de promoção da arte erudita.

O senador Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC) disse esperar que todos tenham em Barbato "uma grande referência de um homem que dedicou a sua vida a alegrar os corações, a perpassar a nossa vida com o som maravilhoso que ele conseguia extrair de sua orquestra".

Dom Lourenço Baldisseri, que também é músico, disse que a morte de Barbato representa uma grande perda para a música, para o Brasil e para a humanidade. Em nome da família, a irmã do maestro agradeceu a homenagem, que ela acredita veio coroar a vontade de estar junto com cada um que conheceu Silvio Barbato.

Durante a sessão, houve a apresentação de um quarteto de cordas integrado por Igor Macarini Gonçalves (violino), Regiane Lopes Cruzeiro (violino), Billy Geier (viola) e Jabez Oliveira (violoncelo), que tocaram acompanhados pela flautista Luciana Stadniki Morato e pela cantora lírica Aida Kellen Santos. O repertório inclui o Hino Nacional Brasileiro, Ave Maria (Gounod) e as Bachianas Brasileiras nº 5, de Heitor Villa-Lobos. A sessão foi uma iniciativa do programa Senado Cultural, presidido pelo senador Marco Maciel (DEM-PE).


Fonte: Agência Senado / Denise Costa
PLENÁRIO / Homenagem
09/07/2009 - 13h04

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