quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Orquestra Sinfônica Nacional sem local para ensaiar

Em assembléia extraordinária realizada no mês de outubro, a Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica Nacional-UFF confeccionou uma carta manifesto reinvindicando algumas medidas de seu extremo interesse. A principal reclamação passa pela falta de um local para ensaiar, pois a antiga sede de ensaios, o Cine Arte UFF, encontra-se em obras desde o início de 2010.

Com a falta de ensaios, a OSN passa por um período de escassez de apresentações, como explica o músico da orquestra, André Santos: ‘’ Estamos buscando uma alternativa para podermos trabalhar. Não podemos ficar sem ensaiar, a qualidade artística da orquestra fica prejudicada ‘’.

Confira abaixo, o conteúdo manifesto, aprovado e redigido por todos os músicos da Orquestra presentes em assembléia.


"CARTA MANIFESTO"
Niterói, 22 de Outubro de 2010           
  
            Em 2011 a OSN-UFF completa 50 anos de sua fundação. Os músicos que a compõem têm o que comemorar, e também com o quê se preocupar:
           
     O concurso de julho último para 25 instrumentistas, realizado em alto nível, simboliza uma importantíssima renovação.

     A atualização de grande parte do acervo de instrumentos é saudada com entusiasmo.

     Enquanto avança a modernização do Cine Arte UFF, ganha força o projeto, tão ambicioso quanto necessário, de fazer do antigo Cinema Icaraí a sede da OSN-UFF.

     Mas onde a OSN ensaiará até a conclusão da reforma do Centro de Artes? Quando se apresenta? O público sente falta dos concertos.

     A temporada de 2009, conduzida pela comissão artística e a diretoria administrativa, foi um enorme êxito, mesmo a partir de uma realidade com tantas limitações. A inatividade em 2010 foi, artisticamente, uma temeridade. Para que o Jubileu de Ouro em 2011 possa transcorrer à altura da tradição da Orquestra Sinfônica Nacional, o empenho institucional da Universidade Federal Fluminense será imprescindível.

     A implantação do novo Regimento Interno para a OSN-UFF será a principal e mais duradoura conseqüência, da valiosa reabertura do canal de diálogo com o comando da universidade.

     A AMOSN (apoiada por aposentados e pensionistas) foi recebida em Brasília para tratar de um Plano de Carreira para seus integrantes – uma proposta legítima, reconhecida publicamente pelo ministro Fernando Haddad, durante um concerto da orquestra na UFF em 2007. Isso representa, em última instância, reconhecer a Sinfônica Nacional como única no país, o que de fato ela é.

     No MEC, recebemos a orientação de buscar as instâncias superiores da UFF, no sentido de promover a criação de uma UORG, ou mesmo de uma unidade orçamentária, o que abriria um canal institucional direto para a evolução da instituição, possibilitando recuperar o lugar de destaque e prestígio que sempre ocupou no cenário da música brasileira de concerto. As condições para esse eventual “up-grade” da OSN dentro da UFF, seriam providas pelo Ministério, na forma de recursos extras, para além, portanto, das disputas naturais que a reestruturação administrativa em curso na universidade suscita. Não interessa aos músicos e nem à direção administrativa da orquestra, buscar espaço político. Só queremos saber de música. O único "poder" que almejamos é o de poder tocar cada vez melhor, sedimentando os termos sobre os quais essa evolução possa ser permanente.

É daí para frente, todos ganham com isso. Não foi dito que somos uma espécie de identificação pública da Universidade com a sociedade? Somando forças e empenho, poderemos cumprir com excelência a elevada missão de difundir Cultura e promover Educação.

 Manifesto redigido em Assembléia Geral Extraordinária da Associação dos Músicos da OSN-UFF.

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