quarta-feira, 10 de junho de 2009

Adeus ao Trombone Brasileiro de Raul de Barros

Sepultado em Maricá o corpo do trombonista Raul de Barros

RIO
- Morreu em Itaboraí nesta segunda-feira (08/06) Raul de Barros, o mais brasileiro dos trombonistas, aos 93 anos, em consequência de enfisema pulmonar e insuficiência renal. Ele foi sepultado nesta terça-feira no Cemitério de Maricá.

Raul de Barros não era apenas um dos mais populares músicos brasileiros. Era, principalmente, um dos mais brasileiros dos músicos populares - opinião defendida por nomes como Pixinguinha, Ary Barroso, Radamés Gnattali, Ary Barroso e maestro Carioca, em cujas orquestras havia tocado.

Raul de Barros nasceu no Rio em 25 de novembro de 1915 e começou a aprender música aos 15 anos. Seu professor foi Ivo Coutinho. O instrumento, o sax-horn. Não muito tempo depois, descobriu o trombone de vara, passando a estudar com Eugênio Zanata. Desde o princípio, destacou-se pelo estilo próprio, trabalhado menos nos clubes e emissoras de rádio em que atuou (Tupi, Nacional, Globo) do que em seus empregos em dancings (Eldorado e Carioca) e gafieiras (várias, sempre como convidado). A essas experiências deveria uma de suas características mais marcantes: os contornos inesperados com que intercalava uma frase e outra das melodias de sambas e choros, sua especialidade. Muito por ele, isso ficou conhecido como "som de gafieira", que ele registrou em vários discos solos, na Odeon e na Copacabana.

Gravou também como músico de orquestra e acompanhando cantores, em especial os sambistas de bossa como Roberto Silva. Foi arranjador aplicado e original, fazendo de sua orquestra (cinco saxes, três trompetes, dois trombones além do seu, piano, guitarra, baixo e bateria) uma big band capaz de rivalizar com a de Severino Araújo, embora menos conhecida.

Sua obra mais conhecida é o choro "Na Glória", que virou marca registrada (as três primeira notas da frase melódica era usada por cantores para "dar o tom" do que iam cantar). Em 1966, participou do Festival de Arte Negra, em Dacar, com Ataulfo Alves, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Élton Medeiros. Com o tempo, saiu de cena. Casado com a cantora Gilda de Barros, pai de Raul de Barros Jr, construtor de instrumentos de percussão, Raul, enquanto teve saúde e fôlego, apresentou-se em bailes e shows, em clubes, no Copacabana Palace e na Rede Globo, da qual ganhou um trombone novo quando o seu foi destruído num acidente de carro. Viveu seus últimos anos em sua casa de Maricá, no Estado do Rio, já doente e afastado da música.

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